Arquiteta nômade

Um dia, ainda na faculdade, naquela época de Tapioca’s Film, um amigo teve a seguinte revelação: teríamos um escritório de arquitetura 24h. Cada um de nós ficaria num lugar do mundo e usaríamos o fuso-horário a nosso favor.

Pode ser que isso já exista há muito tempo pelo vasto mundo, mas só tive esse gostinho agora. Quando a vida profissional começa a esquentar e decido mesmo assim ser nômade usando a internet a meu favor.

Acordo tarde e mesmo assim tenho tempo de ir pra feira de manhã, comprar verdura fresca, peixe e polvo, faço um almoço demorado com amigos e vinho... seria ótimo pra um domingo, mas ainda é terça-feira. Os e-mails começam a chegar só no fim do dia, quando o expediente de lá está terminando e a minha soirée de cá só está começando. Entre os dois, tive tempo de trabalhar sem mais incômodos.

Uma parte do ano em cada lugar, cada lugar dentro de um outro. Passo o dia não importa onde, desde que uma cadeira, uma mesa e meu amigo de teclas me transporte pra tela preta com um pouco de silêncio ou música. 

Tenho aprendido que os nômades são cercados, a minoria perseguida e os poderosos deprimidos. Mas pode ser que eu tenha mal entendido.

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